Por que moldamos? Quais são as etapas deste procedimento? Como executá-lo?

Talvez, uma boa maneira de desmistificar a etapa da moldagem, tanto convencional como digital, seja compreender as respostas para as três perguntas acima. O objetivo principal a ser alcançado numa moldagem é obter uma cópia precisa dos tecidos bucais para a construção de modelos e troquéis que, por sua vez, serão de grande importância tanto para o planejamento clínico do caso, quanto para a confecção de próteses fixas e removíveis.
Todos os materiais disponíveis no mercado devem possuir algumas características desejáveis para atingirmos uma moldagem efetiva dos tecidos. Dentre elas, podemos destacar: fluidez e viscosidade suficientes para se adaptar aos tecidos e, ao mesmo tempo, ficar contido na moldeira; tempo de trabalho e de presa adequados; ter mínima ou nula distorção quando removido da boca do paciente; manter sua estabilidade dimensional; ser biocompatível e, não menos importante, oferecer uma boa relação custo-benefício.
Cada material pode ser classificado de acordo com variáveis, como: mecanismo de presa; indicações de uso e tipo de deformação mecânica.
Materiais de moldagem elastoméricos compreendem um grupo de polímeros borrachoides que são divididos em: polissulfetos, silicones por adição, silicones por condensação e poliéteres. Tais materiais tem como principais características, a capacidade de replicar estruturas intra-bucais com riqueza de detalhes e rápida recuperação de suas dimensões originais quando uma tensão aplicada é liberada. Por tais motivos, são os materiais de escolha para a moldagem com finalidade protética.
De acordo com o planejamento protético e sua indicação, selecionamos o melhor material para obtermos a cópia em negativo do arco dental do paciente e prosseguirmos com a sequência laboratorial e clínica. Os silicones polimerizados por condensação podem ser utilizados em moldagens clínicas e apresentam uma excelente relação custo-benefício.
São fornecidos por um sistema de dois componentes em forma de pasta-base: um de alta viscosidade e outro de baixa viscosidade, onde a ambos acrescenta-se uma pasta catalisadora que promove a reação de presa. O material de alta viscosidade, denominado denso, contém altas concentrações de carga e, consequentemente, menor concentração de polímero.
Dessa forma, ele é empregado tal qual uma moldeira individual, que aprisionará o silicone de baixa viscosidade, o real responsável pela cópia fidedigna dos tecidos.
Dentre os materiais elastoméricos, os silicones por condensação apresentam uma característica peculiar, a qual nos permite ajustar o tempo de trabalho de acordo com a quantidade de catalisador, uma alternativa interessante para moldagens de múltiplos elementos.
Dessa forma, apresentamos um tratamento reabilitador estético com laminados cerâmicos em elementos superiores anteriores, onde o material eleito para a moldagem foi o Speedex.
Sequência clínica de moldagem:
Com o auxílio da colher de medida, retirar do pote a quantidade desejada de Speedex Putty, certificando-se que a colher de medida esteja devidamente preenchida, sem excessos. Pressionar o material contra a palma da mão e marcar o diâmetro da colher de medida.
Para cada colher de massa densa utilizada, distribuir o catalisador na proporção equivalente ao diâmetro marcado. Misturar com a ponta dos dedos por 30 segundos.
Depois de obter uma mistura homogênea, acomodar o material na moldeira e levar à boca do paciente para moldagem inicial.
Após o tempo de presa, remove-se o molde da boca e, utilizando instrumental adequado, é realizado alívio com escavações no material. Dessa forma, cria-se espaço para o material leve.
Remove-se o fio de afastamento gengival do sulco. O material leve é levado em boca com o auxílio de uma seringa de elastômero. O material é levado primeiramente dentro do sulco gengival e posteriormente preenche-se toda a moldagem prévia feita com o Speedex Putty.
Após o tempo de presa, o material é removido da boca e pode-se notar a excelente cópia da região cervical.

 

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Dr. Edgar Fonseca

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